Docker: Guia de sobrevivência - Parte 1

  • Publicado em: 26/12/2020

Não li, nem lerei

Um breve resumo para pessoas cansadas

Imagino que você já saiba o porquê de estar utilizando Docker. Então, por onde começar com Docker? Essa foi uma dúvida que me perseguiu por um bom tempo. Vamos explorar alguns conceitos e comandos básicos.

Imagem

Acredito que a melhor maneira de explicar o conceito de imagem seja comparando com o meio físico.
Imagine um disco de DVD (pode ser de um filme ou um jogo), é um conjunto de arquivos, todos precisam estar presentes e não podem estar corrompidos para que funcione conforme planejado.

Isso equivale às imagens do Docker. Por exemplo, digamos que você queira rodar uma aplicação que precisa do Node como dependência. Em uma situação sem Docker, você iria no site e baixaria um executável. Após o download, você executaria a instalação e todos os arquivos e diretórios seriam colocados em seus devidos lugares. A imagem do Docker é exatamente isso. O conjunto de arquivos prontos para serem executados, esperando por um comando.

Container

Um container nada mais é do que a Imagem em execução.
Linhas acima mencionei um filme ou jogo, certo? Agora imagine-os sendo executados e você podendo rodar comandos e ações.

Nas linhas seguintes você pode conferir uma explicação em tecniquês:

Containers são versões Linux super otimizadas onde você pode instalar uma instância de alguma ferramenta, como por exemplo: node, mongo, redis, ubuntu, mysql.

E como você sabe se existem imagens prontas das ferramentas que você necessita?
Basta acessar o Docker Hub e procurar por elas.

Também são ambientes completamente isolados que podem ter seus próprios processos ou serviços, como máquinas virtuais, contudo, eles compartilham do mesmo kernel do sistema operacional (responsável por se comunicar com o hardware).

Isso quer dizer que não existe um sistema operacional dentro de cada container e, por consequência, isso aumenta a velocidade de execução e consome menos memória RAM.

Mão na massa

Tendo em mente as definições acima, podemos iniciar nossa parte prática e, o primeiro passo será a instalação do Docker.

Instalando Docker

No site docs.docker.com você pode encontrar a versão para Mac, Linux e Windows.
Siga os passos conforme seu sistema operacional.

Confirmando que a instalação foi um sucesso

Para conferir se o Docker está instalado em sua máquina, abra o terminal de sua preferência (prompt de comando, Git CLI, Tmux, iTerm, …) e digite: docker -v. A versão deve ser retornada com sucesso, por exemplo: Docker version 19.03.13, build 4484c46d9d. Para uma resposta mais detalhada utilize docker version.

Baixando e executando a primeira imagem

Vamos utilizar a imagem de hello world do Docker.
Sendo assim, rode o seguinte comando no seu terminal: docker pull hello-world.
Isso fará com que o Docker da sua máquina se comunique com o repositório de imagens, o Docker Hub, procure pela imagem de nome hello-world e faça seu download.

Se tudo funcionar conforme o esperado, você terá um feedback semelhante a este abaixo:

Using default tag: latest latest: Pulling from library/hello-world 0e03bdcc26d7: Pull complete Digest: sha256:1a523af650137b8accdaed439c17d684df61ee4d74feac151b5b337bd29e7eec Status: Downloaded newer image for hello-world:latest docker.io/library/hello-world:latest

Se você ainda não acredita que a imagem foi realmente baixada, rode o seguinte comando: docker images | grep hello.

Nós estamos solicitando uma lista de imagens e filtrando com o comando grep somente aquelas que contém a palavra hello.

Seu feedback será parecido com esse:

hello-world latest bf756fb1ae65 11 months ago 13.3kB

Sabendo que nossa imagem foi baixada, vamos executá-la com: docker run hello-world.
Um texto aparecerá no seu Terminal e as duas primeiras linhas serão:

Hello from Docker! This message shows that your installation appears to be working correctly.

Isso quer dizer que a imagem foi executada com sucesso.
Mas é só isso? O que aconteceu realmente? 🤔

Descobrindo o que aconteceu

Antes de mais nada, vamos relembrar que o Docker cria containers, que são as imagens em execução. E para listar os containers ativos nós temos o comando: docker ps. Se você executá-lo, nenhum container será retornado na lista, porém, se você executar docker ps -a, que retorna os containers parados, lá está ele:

CONTAINER ID IMAGE COMMAND CREATED STATUS PORTS NAMES 438cc24de1c1 hello-world "/hello" 46 seconds ago Exited (0) 45 seconds ago trusting_noyce

Em poucas palavras, o Docker rodou a imagem hello-world, executando o comando hello, forneceu um ID aleatório pro container 438cc24de1c1 e também um nome aleatório trusting_noyce. Depois de terminar a execução do script principal, saiu da imagem. É o comportamento padrão.

Por um segundo imperceptível seu terminal ficou travado enquanto a imagem era executada e depois foi liberado.

Além disso, este container está alocado em nossa memória, sendo assim, para limpá-lo, temos que executar o comando: docker rm 438cc24de1c1.

E da próxima vez passar a flag --rm para que o mesmo seja removido automaticamente após a execução: docker run --rm hello-world.

Pontos mal explicados até o momento

Como vejo as imagens que já baixei?

Com o comando: docker images

Como apago imagens baixadas?

Você pode passar o ID (hash) com o comando: docker rmi bf756fb1ae65
Apagar múltiplas imagens soltas: docker rmi $(docker images -f dangling=true -q)
Apagar baseado em tempo, por exemplo, últimas 24h: docker image prune –a ––filter "until=24h"
Apagar imagens rotuladas como old pelo Docker: docker image prune ––filter="label=old"

É possível dar um nome para o container?

Sim, é possível e bem simples, basta passar o parâmetro --name : docker run --name bob_esponja hello-world

Como apagar containers com status de exited?

Você pode passar o name com o comando: docker rm bob_esponja Utilizar o ID (hash) com o comando: docker rm 438cc24de1c1 Apagar múltiplos container rodando o comando: docker rm -v $(docker ps -a -q -f status=exited)

De onde saiu o comando hello?

Pois é, esse comando veio do arquivo Dockerfile.
O Dockerfile é um arquivo que comumente vai na raiz de nosso projeto e permite que construamos nossas próprias imagens e a utilizemos como base para os containers. Ao final dele é específicado um comando, e no nosso caso é: CMD ["./amd64/hello-world/hello"].

Estranhamente, nessa imagem em específico do hello-world, temos um Dockerfile.build ao invés de Dockerfile. Não achei menção na documentação, no entanto, clonei o repositório, renomeei-o para somente Dockerfile, rodei docker build . - para construir a imagem e indicar que o Dockerfile está na pasta raiz - e funcionou. Talvez houvesse um caminho melhor 🤔

Cada vez que executo uma imagem é gerado um novo container?

Sim, isso é verdade. Se você executar a imagem hello-world duas vezes com docker run hello-world e for conferir com docker ps -a haverão duas instâncias.

Para reutilizar um container, é indicado nomeá-lo, como fizemos com o bob_esponja e, depois poderá rodar o comando: docker start --attach bob_esponja.

Pausa

Respire, estique as pernas, se hidrate e vamos para a parte 2, explorar pontos como:

  • Manter um container em execução;
  • Entrar num container em execução e realizar comandos;
  • Parar containers em execução;
  • Explorando o Dockerfile e docker-compose.yml

Referências:

Felipe Marciano
Sobre o autor
Felipe Marciano

dev front-end, viciado em café, cinema e abraçar cachorros.

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