Afinal, o que é Design Thinking, de Rique Nitzsche

  • Publicado em: 03/02/2015

Faz um tempo que não escrevo nada no blog, mas foi por uma boa causa. Estava imerso nesse título sobre design thinking e todas minhas energias que restavam (após o trabalho) foram direcionadas para retirar o máximo de proveito dessa obra e poder no mínimo gerar essa gigante “colcha de retalhos” com passagens do livro e informações relevantes para você!

Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Rique Nitzsche comanda a criação estratégica da AnimusO2, a primeira empresa brasileira de shopper marketing a usar a metodologia do design thinking, é responsável pela montagem das disciplinas de design estratégico e design thinking da pós-graduação da ESPM/RJ, além de ser palestrante e articulista.

Definindo Design

O autor afirma que design é tornar tangível uma intenção de transformação, é a habilidade do homem de materializar seus pensamentos, e parte do princípio que todos somos designers espontâneos, capazes de imaginar, visualizar, sonhar, considerar, refletir, deliberar, entender, compreender e descobrir.

O Design Thinking

A metodologia do design thinking faz parte de um enorme movimento intelectual do século XX para entender os processos mentais (abdutivo, analítico, autista, criativo, crítico, dedutivo, emocional, indutivo, interrogativo, intuitivo, lateral, organizado, positivo, produtivo, racional, realista, reprodutivo, sintético, sistêmico e verificativo) diante de problemas bem definidos, mal definidos e os problemas incômodos, aqueles tão confusos ou traiçoeiros que as soluções não são corretas ou incorretas, porém, mais ou menos plausíveis.

Design thinking é investigativo e focado no valor do processo: aberto ao exame minucioso que escuta todos os interessados, disposto a atingir um público mais amplo e consciente dos valores incorporados às conversações. Pág. 108

Hoje, o termo design thinking vem sendo compreendido com uma prática do design que conversa intimamente com a prática dos negócios em um processo interativo de troca de conteúdo.

A ideia por trás do design thinking é oferecer aos profissionais das várias orientações/formações uma estrutura metodológica capaz de desconstruir e reconstruir, resolver e solucionar, experimentar e prototipar questões e problemas, ou seja, é uma metodologia estratégica para resolver problemas difíceis centrada nas necessidades humanas, afim de criar vantagens competitivas sustentáveis para os seus negócios, pois a metodologia do design ensina os praticantes a enfrentar e vencer os problemas imprevisíveis que surgem durante o processo, exatamente o que acontece com os líderes de negócios.

E a partir de 2004, começam a aparecer textos acadêmicos sobre a importância específica do design thinking como um processo de resolução de problemas da área administrativa.

A ciência investiga formas existentes. O design inicia novas formas. A hipótese científica não é a mesma coisa que uma hipótese do design… Um projeto especulativo não pode ser determinado logicamente, porque o modo de raciocínio envolvido é essencialmente abdutivo. Pág. 97

Os atributos básicos do design são conhecidos: o processo deve ser sintático, focado no futuro, motivado por hipóteses variadas e oportunistas. Envolve muita observação, juntar a informação em possíveis modelos e prototipar soluções.

3 características mais importantes do design thinking

As três características mais importantes do design thinking seriam a percepção, a possibilidade e a praticidade. Para Edward de Bono (especialista em pensamento criativo), design seria o oposto da complacência, na qual as pessoas ficam felizes com as coisas. Uma dica de Edward é começar a pensar em “Como as coisas podem ser?” ao invés de “Como as coisas são?”.

As metodologias relacionadas ao design thinking tem por objetivo ajudar os designers a se tornarem mais sensíveis às necessidades do usuário do resultado do processo. As metodologias abordam procedimentos lógicos, busca organizada de sistemas, procedimentos de coleta de dados, produção de questionários, processos de brainstorm, exercícios de analogias, metáforas e jogos de palavras para incentivar o pensamento criativo, procedimentos de avaliação e seleção de critérios.

O autor também destaca, que em essência, a prática do design precisa de equipes interdisciplinares e colaborativas, desse modo, ele apresenta as dez personalidades que considera importantes no desenvolvimento da estrutura de inovação nas empresas e oito personagens para criar um grupo cheio de determinação, além de contar um pouco sobre as especializações dos funcionários da IDEO.

Mão na massa

O livro possui algumas pequenas listas das quais podem ser de grande valia:

  • Três chaves para entender o comportamento dos designers;
  • Cinco dicas para implantação do design thinking;
  • Sete passos desenvolvidos por “diferentes profissionais e pesquisadores de design” que formariam um design interativo (resumidamente);
  • Sete passos para um programa bem-sucedido de design de ação (design doing), para criar e manter sustentável uma vantagem competitiva única para a organização;

Sem mencionar um tópico de leitura recomendada e as inúmeras referências encontradas durante a leitura, assim como os cases de sucesso que compõem a Parte II.

Minhas considerações após a leitura completa da obra são: É um livro de linguagem fácil, porém, ao assunto não cabe essa simplicidade, é o tipo de obra que você necessita de papel, caneta e marca-texto para anotar e destacar tanto conteúdo relevante em meio às páginas e posteriormente relacionar os trechos que mais aproximam-se dos seus interesses e afinidades. Vale cada centavo.

Esse texto pertence a série “Revividos”. São posts que foram realizados no antigo blog cmyk ativo e, por algum motivo possuem importância para estarem presentes aqui.

Felipe Marciano
Sobre o autor
Felipe Marciano

dev front-end, viciado em café, cinema e abraçar cachorros.

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